quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sexo frágil, segundo quem?


Para uma questão de respeito de gênero,tudo aquilo que se ler no masculino, leia-se também no feminino, como: o jovem/a jovem
#Hashtag: #QueroIgualdade
Durante séculos as mulheres têm buscado acabar com as desigualdades e preconceitos ligados às questões de gênero que se estabeleceram depois de milênios de inferiorização do sexo feminino. Hoje as mulheres votam, podem trabalhar por conta própria (até 1962, no Brasil, mulheres precisavam de autorização do pai, quando solteira, ou do marido para poder trabalhar) e estudar.
Esses direitos foram conquistados depois de muita luta e até mesmo mortes de bravas mulheres que buscavam a igualdade de gênero. Nossa história é repleta de personagens mulheres, seja em revoluções ou enquanto produtoras de conhecimento e manifestos.
Na foto acima, você pode ver algumas mulheres que marcaram seu tempo, dou destaque para Eleanor Roosevelt que foi uma das protagonistas na elaboração da Declaração Universal dos Diretos Humanos. Perceba que esse documento é extremamente importante na luta pela igualdade de gênero, já que ele, ao contrário dos outros que vieram antes, não usa o  ”É direito do Homem”, mas “Toda Pessoa”.
Pode parecer pouca coisa, mas conceitos como esses externam a cultura de uma sociedade, se eu declaro que é direito do Homem, onde ficam as mulheres nessa história? Sem direito algum, como ficaram por muito tempo.


Agora faço um convite à você, veja esse vídeo Vida de Maria (e volte aqui!)
Já tinha parado para pensar que essa é a realidade em boa parte do norte e nordeste do nosso país?
E faço uma proposta, que tal ao invés de eu fazer a análise do vídeo, você, que acaba de vê-lo, compartilhar o seu sentimento com a gente nos comentários?
Temos uma série de desafios para enfrentar quando o tema é  igualdade de gênero no Brasil, perceba:

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2010 mostra que mesmo mais escolarizadas que os homens, o rendimento médio delas continua inferior ao deles (as mulheres ocupadas ganham em média 70,7% do que recebem os homens), situação que se agrava quando ambos têm 12 anos ou mais de estudo (nesse caso, o rendimento delas é 58% do deles). As mulheres trabalham em média menos horas semanais (36,5) que os homens (43,9), mas, em compensação, mesmo ocupadas fora de casa, ainda são as principais responsáveis pelos afazeres domésticos, dedicando em média 22 horas por semana a essas atividades contra 9,5 horas dos homens ocupados.
Apesar de uma série de movimentos, leis e manifestos ainda vivemos em um sistema que se baseia no machismo, onde mulheres têm que provar que são capazes de ocupar cargos que tradicionalmente pertencem a homens.
E esse é só um dos problemas gerados a partir do machismo, temos também a violência contra a mulher e a própria homofobia, se pararmos para refletir sobre sua origem.
Falando em violência contra a mulher…
O que é violência contra a mulher?
Na definição da Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, adotada pela OEA em 1994), a violência contra a mulher é “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.
“A violência contra as mulheres é uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres que conduziram à dominação e à discriminação contra as mulheres pelos homens e impedem o pleno avanço das mulheres…”
Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres, Resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas, dezembro de 1993.
A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (Viena, 1993) reconheceu formalmente a violência contra as mulheres como uma violação aos direitos humanos. Desde então, os governos dos países-membros da ONU e as organizações da sociedade civil têm trabalhado para a eliminação desse tipo de violência, que já é reconhecido também como um grave problema de saúde pública.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), “as conseqüências do abuso são profundas, indo além da saúde e da felicidade individual e afetando o bem-estar de comunidades inteiras.”

Em 2009, 41 mil mulheres relataram ter sido vítimas de violência
A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) registrou, em 2009, por sua Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), quase 41 mil relatos de violência contra a mulher, o que representou 10,2% dos atendimentos, que incluem pedidos de informação, prestação de serviços, reclamações, sugestões e elogios. Do total de relatos de violência, cerca de 22 mil (53,9%) referiam-se à violência física e mais de 13 mil (33,2%) relatavam violência psicológica, enquanto 576 (1,4%) eram casos de violência sexual.
Vale destacar que, no Brasil, dos 5.565 municípios existentes, apenas 274 contam com atendimento judicial especializado na questão de violência doméstica e familiar contra a mulher. O maior número deles está no estado de São Paulo, com 41 municípios que contam com este serviço, seguido de Minas Gerais, com 26. Distrito Federal e Amapá não oferecem esse tipo de vara especializada. O número de municípios com delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher é um pouco mais alto, 397 em todo o país, sendo 120 no estado de São Paulo e 49 em Minas Gerais. Roraima tem este tipo de unidade de segurança em apenas um município.

Agora que temos os dados, quero fazer mais um convite: seja você um agente de mudança!
A transformação social é um processo, que começa dentro de cada um e parte para a sociedade, não há como eu querer alterar meu entorno se eu mesmo ainda não mudei minha maneira de agir e pensar.
Acredito que para chegarmos a tão desejada Igualdade de Gênero temos que todos, homens e mulheres, lutar por isso. Essa luta não pretende ser uma “guerra de sexos”, mas sim um tratado de paz que acabe com toda a violência e descaso com as mulheres que são mães, amigas, parceiras, trabalhadoras, atletas, guerreiras, revolucionárias, artistas…
Quem diz que elas são frágeis, não as conhecem de fato.
Escrito enquanto ouvia “If Your Memory Serves You Well – Serena Ryder”

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